24 de abr. de 2016

Projeto Stinger - Parte I


A doença por motocicletas, eu herdei do meu pai. Desde criança sempre tinha alguma coisa de duas rodas em casa, com ou sem motor. Digo isso porque me lembro de quando meu pai trouxe uma motocicleta de 50cc pra casa. Ela não tinha o motor, era grande (para uma criança de oito anos) e eu subia nela e ficava imaginando que estava pilotando na estrada. Além dessa, tivemos Lambretas e várias outras motos. E eu adorava essas coisas perigosas, como dizia a minha avó!


Quando vim morar em Caieiras por volta de 1982, achei que seria complicado fazer amizades. Era uma cidade que mais parecia uma vila, onde todo mundo conhece todo mundo e eu que era o caipira de São Paulo, mas cheguei disposto a tentar me enturmar. Depois de algumas semanas e um grande numero de amigos (um) conheci essa figura que é o José Eduardo Valbusa, ou como todo mundo tem, o amigo Zé que virou meu irmãozão. Estávamos sempre falando de motos e carros.


Há algum tempo ele me contou que queria modificar uma motocicleta, e como eu já havia feito algo do tipo, ele começou a falar as ideias que tinha na cabeça. Em resumo, uma velha CB 400 modificada para um misto de Scrambler e Café Racer. Topei a brincadeira! O acordo foi de trabalharmos nela nos finais de semana e em algumas horas de folga.


Achei que seria mais uma das nossas idéias que nem sairiam do papo. Mas a coisa ficou seria ele achou a motoca e começamos a fazer.


Sem nenhuma foto de inspiração ou outra motocicleta de referência, sentamos na frente do computador e começamos a pesquisar até chegarmos à decisão de unir os dois estilos. Com a CB toda desmontada, cortamos a traseira do quadro, trocamos os pneus para mistos de cidade e campo, tramos o guidon, trocamos o tanque por um de Turuna e o selim também será modificado. Além disso, estamos modificando toda a parte elétrica que terá sistema de partida por controle remoto e velocímetro por celular. Depois de fazer tudo isso, testamos a motocicleta e agora estamos indo para a parte final, ou seja, a pintura e o acabamento.

Clique aqui para ver mais fotos do projeto e fique de olho no blog e na página do facebook para acompanhar a evolução da Stinger.

26 de mar. de 2016

Von Dutch - Um Pioneiro da Kultura Kustom


Quando pessoas normais veem o nome VON DUTCH logo se lembram de uma grife de roupas. Mas na realidade esse é o apelido ou pseudônimo de Kenneth Robert Howard. 

No meio do pessoal que curte e vive a Kultura Kustom, Von Dutch (o Holandês) é e sempre será considerado o criador da Pinstriping e uma das primeiras pessoas a transformar motocicletas e carros em verdadeiras obras de arte. Como já falamos no post anterior, Von Dutch ao lado de Ed Roth, Robert Williams e os irmãos Barris, são os responsáveis pelo surgimento desta cultura.



Kenneth Robert Howard (7 de setembro de 1929 - 19 de setembro de 1992), foi um mecânico de motocicletas, artista, pinstriper, ferreiro, produtor de armas e canivetes. Seu pai, Wally Howard, foi um pintor de placas de Los Angeles; conduzindo Dutch desde sua adolescência, a pintar profissionalmente. Fundou uma marca de roupas e uma grife denominada Von Dutch Originals, LLC. Durante seus estudos na Compton High School, Kenneth praticou atletismo e foi conhecido como "o rápido homem de LA." Ele também tinha apreciação por música e chegou a ser flautista.


Em meados da década de 1940, Kenny trabalhava como mecânico de motos na oficina de George Beerup, onde teve a oportunidade de pintar a motocicleta de um cliente com o estile de pinstripe que o consagrou. Diferente das linhas tradicionais utilizadas pela indústria, até 1938, para acentuar as curvas dos veículos, Dutch quebrou as regras e criou um estilo próprio, com linhas sobrepostas, orgânicas e coloridas que ele aplicava no meio de capôs e tanques, ao redor de lanternas ou na área de carros e motos que mais lhe agradasse no momento.

O apelido Von Dutch, o Holandês, vem da sua personalidade geniosa, diziam que ele era "teimoso como um holandês". Não gostava de toda a fama e atenção que seu estilo de pintura trouxera, muito menos de ser contrariado ou pressionado em relação ao seu trabalho. Histórias contam que um cliente que o incomodou, tentando apressar seu trabalho, teve, como lição, o carro pintado com teias de aranha e aranhas por todos os lados, em outra ocasião, um dos funcionários da Barris Kuston, onde trabalhou no início da década de 1950, o trancou por engano dentro da oficina no final do expediente, irritado, Kenny descontou sua raiva fazendo pinstripes na Ford Wood 1950 dos irmãos Barris, em ambos os casos o desejo de punir quem o irritou virou-se contra ele, muitos outros clientes o procuraram para fazer teias de aranha em seus carros e a Ford acabou por se tornar um dos seus trabalhos mais conhecidos.

Ford Wood 1950 dos irmãos Barris

A partir de 1944, Dutch trabalhou na oficina de George Beerpus, antão na Barris Kuston, oficina dos irmãos Barris, onde sua fama e reputação aumentaram a ponto dele ser contratado para trabalhar exclusivamente para Crazy Arab, onde pintou centenas de carros e motocicletas, até 1958, quando a pressão para se enquadrar em um estilo do vida que abominava o fez abandonar a Califórnia, adotar o pseudônimo de J.L. Bachs e ir viver no Arizona no rancho de Mr. Brucker, um colecionador de carros e memorabilia que alugava objetos e automóveis para Hollywood. Nesse período dedicou-se aos itens da coleção de Brucker e ao oficio de armeiro que tanto gostava, chegando a produzir cerca de 100 facas e o o "Mare's Leg", um rifle Winchester para a série de televisão Wanted: Dead or Alive.


Aproximadamente dez anos mais tarde, essa vida pacata acabou depois de uma entrevista dada a uma jornal do Arizona onde ele contou o que fizera nos últimos anos, inclusive seu pseudônimo, o que o fez voltar para a Califórnia para viver em seu "Motor Office", um ônibus adaptado para servir de casa e escritório, nos fundos do museu para onde Mr. Brucker levou parte do seu acervo. Lá ele viveu, no limiar da pobreza, pois acreditava que o dinheiro era o grande mal da humanidade, até 1979, quando mudou-se para Santa Paula, ainda com Mr. Brucker, onde permaneceu até o fim de sua vida.

Ônibus adaptado para servir de casa e escritório

Protagonistas do programa “Caçadores de Relíquias”

Von Dutch influenciou a customização de veículos da década de 1950 e exerce esta influencia até os dias atuais. Alguns de seus trabalhos mais notórios incluem o flying eyeball e o custom Kenford truck, além de numerosas pinturas customizadas em automóveis e motocicletas. O Ringadingdoo (uma Kawasaki G-31 "Centurian" 1970), de propriedade de Steve McQueen, ficou conhecida por ter sido pintada por Von Dutch. Uma de suas mais famosas criações, a XAVW, motocicleta que utilizou chassi de uma Harley-Devidson XA 1941 e mecânica de um Porsche, que é como o nosso motor VW boxer a ar, que foi retratada em uma matéria da revista especializada Custom Chopper, em maio de 1971, estava perdida, muitos comentavam sobre ela, mas não se tinha noticia de seu paradeiro, até que foi encontrada e resgatada pelos protagonistas do programa “Caçadores de Relíquias”, exibido no canal History (programa exibido em 15/02/2014).

XAVW

Alguns entusiastas e estudiosos dessa arte consideram Kenny como o pai da Kustom Kulture. Kenneth Robert Howard, faleceu em 1992 por complicações em um abscesso no estômago, deixando para trás uma vida de realizações, a fama que ele nunca quis e um legado inestimável para a cultura Hot Rod.
Kenford truck


28 de fev. de 2016

A Origem da Kustom Kulture

Você já deve ter se perguntado o que é customização. “Customização” é um substantivo feminino que remete ao ato de customizar e significa personalização ou adaptação. E, a meu ver, todo mundo já customizou alguma coisa, seja uma roupa, um caderno ou um móvel.


Mas quando falamos de carros e motocicletas, a customização virou um movimento, conhecido como Kustom Kulture  (Kultura Kustom no Brasil), que surgiu na década de 1950. A ideia é alterar as partes originais das máquinas para encontrar o seu próprio estilo. A filosofia surgiu nos Estados Unidos e também é adotada em artes, como a tatuagem e a música, além de caracterizar um estilo de vida que possui adeptos no mundo todo.

Tara McPherson, ilustradora e influente no movimento

Foi da moda e costumes da cultura hot-roding que se deu a origem da Kustom Kulture. Com o tempo, cada estilo de personalização se misturou, com artistas como Von Dutch (Kenny Howard) customizador de carros e motocicletas, Ed Roth e Jeffries Dean, também construtores de automóveis personalizados, assim como os irmãos Barris (Sam e George). Além de numerosos tatuadores, pintores de automóveis e motocicletas com trabalhos de pintura, aerografia, pinstriping, em Harleys-Davidson e Motocicletas Triumph, utilizando bastante metalflake, candys, ferrugem natural e primers preto fosco. A cultura também influenciou bandas, programas de televisão como The Munsters (A Koach Munster, Drag-u-la) e The Monkees (The Monkeemobile) e filmes como American Graffiti, Happy Days.

Von Dutch

Os adeptos do movimento eram os greasers da década de 1950, os pilotos de hot-rod dos anos 1960 e os lowriders da década de 1970. Outras subculturas que tinham uma influência na Kustom Kulture são os skinheads, mods e rockers dos anos 1960, os punk rockers dos anos 1970, a música de metal e rockabilly, com os scooterboys da década de 1980, e psychobilly da década de 1990. Apesar de muito rica, a Kustom Kulture teve um lado ruim por ser um movimento essencialmente branco e segregador, mas com a popularização do movimento e o passar dos anos, essas culturas se dissolveram trazendo novos adeptos e conceitos.


O renascimento da Kustom Kulture entre 1990 e 2000 trouxe de volta a arte dessas subculturas norte americanas e faz o uso do termo "Graphics Kustom" para identificar o estilo. Toda essa galera tem raízes na história do automóvel e das motocicletas americanas. Muitos estilos que não teriam tolerado uns aos outros no passado, agora estão juntos em eventos e atividades.

20 de fev. de 2016

De Volta para o Futuro

A vida é cíclica! Há exatos vinte e quatro anos eu chegava em casa todo empolgado e eufórico pois havia comprado as primeiras peças para o projeto de uma motocicleta que viraria a Mata Hari (leia a história completa clicando aqui).

Hoje ela está voltando pra casa do mesmo jeito que foi embora em 2012, toda em pedaços.

Foto de 1992.

Estamos criando um novo projeto para reconstruí-la, partindo do zero, exatamente como aconteceu em 1992.

Foto atual de fevereiro de 2016.

O quadro será reprojetado e todo o desenho final dela também será alterado seguindo as tendências atuais do estilo custom e utilizando novos recursos tecnológicos que hoje, estão ao nosso alcance.

Projeto no CAD.

Para acompanhar o projeto é só ficar de olho aqui no blog e acompanhar a nossa fanpage no facebook e o nosso instagram que também trarão conteúdo extra sobre motocicletas e a cultura kustom que podem até ajudar quem também está num projeto parecido.

10 de fev. de 2016

Em breve...

Estamos fazendo os últimos ajuste no blog do 49 Studio Kustom. Em breve teremos muito conteúdo sobre o projeto, o nosso trabalho e a cultura das motocicletas custom.
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